A maior parte dos fãs de Overwatch está familiarizada com as torres letais de Symmetra, mas um novo conto lançado ontem tem como objetivo mostrar outro lado da heroína.
“De pedra em pedra”, história escrita por Christie Golden, estrela Satya Vaswani, conhecida pelos jogadores de Overwatch como Symmetra. Quando seus empregadores destroem um local sagrado, Symmetra é enviada para reconstruir o que eles quebraram. No caminho, ela recebe ajuda de uma ômnica conhecida e aprende mais sobre ela mesma, sobre sua criatividade e sobre os laços que todos os seres vivos compartilham.
A história acontece pouco depois de a Vishkar Corporation, empresa de arquitetura na qual Symmetra trabalha, acidentalmente destruir um local sagrado da cidade de Survasa. A Vishkar já havia sido retratada na narrativa de Overwatch como uma organização moralmente ambígua e esse conto reforça o ângulo, dando a entender que ela se incomoda com seus próprios erros.
Para amenizar a raiva em Survasa e evitar repercussões negativas para a imagem da empresa, Symmetra é enviada para o templo da cidade e deve buscar uma espécie de “compensação” pela negligência da Vishkar. A maior parte dos residentes se recusa a cooperar com ela, mas uma ômnica tenta fazer Symmetra entender as histórias e sacrifícios que aconteceram entre as paredes preciosas do templo.
Zenyatta, que peregrinava pela cidade, convence Symmetra a continuar com os ômnicos e humanos que lamentam a destruição causada pela Vishkar a uma estátua. A estátua retratava Aurora, uma ômnica que se sacrificou para que todos os outros ômnicos pudessem ter consciência. Zenyatta ajuda Symmetra a perceber que nada, nem mesmo a humanidade, precisa de perfeição para ter valor.
“De pedra em pedra” faz milagre ao mostrar um lado diferente de Symmetra, além de validar e explicar melhor o autismo da heroína, que antes havia sido apenas vagamente confirmado. Em outro quadrinho, “Um mundo melhor”, Symmetra disse estar “no espectro”. Há alguns anos, o diretor do jogo, Jeff Kaplan, enviou uma carta a um fã e confirmou essa teoria.
Por mais de três anos, no entanto, não se disse mais nada sobre o autismo de Symmetra. O conto inclui diversas referências às dificuldades daqueles que estão no espectro, das normas sociais à dependência de horários e rotinas. As anedotas podem não ser tão óbvias para a maior parte dos leitores, mas a descrição explícita dessas características e comportamentos fará com que alguns leitores se sintam vistos.
Além da óbvia importância da inclusão, “De pedra em pedra” entrega algo que os fãs de Overwatch vêm pedindo há anos: histórias com Zenyatta. Apesar de esta girar em torno de Symmetra, são as lições e conselhos de Zenyatta que a levam a entender como reconstruir a amada estátua de Aurora.
O objetivo do conto pode ser revelar um novo lado de Symmetra, mas o diálogo com Zenyatta, construído com maestria por Golden, traz um nível de calma que provavelmente será bem-vindo agora. A mensagem de unidade, compreensão e exploração interior que Zenyatta transmite parece genuína e nunca condescendente. Além disso, a segunda parte da história parece uma carta de amor a todos os perfeccionistas que trabalham em áreas criativas, que podem não perceber que a imperfeição pode ser o mais belo dos objetivos.
Mesmo que você não se interesse pela narrativa, há algo relacionado ao próprio jogo. Symmetra costuma se referir a uma túnica em “dourado e cor de ferrugem” que os peregrinos de Survasa usam, e uma imagem está incluída no fim do texto da história. Parece ser uma grande dica de como desbloquear o visual do evento de Overwatch.
Artigo publicado originalmente em inglês por Liz Richardson no Dot Esports no dia 16 de novembro.